RESENHA | Warcross: Jogador, Caçador, Hacker e Devedor de Marie Lu | Cacto Florido blog

by - janeiro 14, 2021

 



por Jéssica Faustino

         Prometendo muita ação, Warcross é ambientado em um mundo futurístico, onde Hideo Tanaka com a ajuda dos seus pais, um neurocientista e uma técnica em computador, desenvolveram o Neurolink, um óculos capaz de realizar os desejos da imaginação humana. Uma das principais funcionalidade do Neurolink, no entanto, é o jogo de realidade virtual, também desenvolvido por eles e denominado “Warcross”. 
 
A coisa funciona mais ou menos assim: cada cidadão pode criar um perfil online com o Neurolink, tanto para ter acesso as funções do próprio óculos no dia a dia, como também utilizar o avatar para jogar Warcross. A invenção envolvendo realidade virtual de Hideo fez tanto sucesso que logo se tornou um estilo de vida, sendo possível um tipo de fusão entre a vida real e virtual. Imagine que você está andando na rua e se depara com alguém usando o Neurolink e você (com o seu Neurolink) consegue ver o mascote da pessoa, e advinha? É um jacaré. 
 
A história, no entanto, é narrada pela californiana de cabelos coloridos chamada Emika. Apesar de apenas dezoito anos de idade, Emika já está passando por problemas financeiros e sofrendo ameaça de despejo. Jogar Warcross é o seu meio de escape, mas a conta hakeada não lhe da o devido crédito mostrando o qual alto ela já está dentre os outros jogadores, fazendo com que ela passe completamente despercebida; na via real, no entanto, a jovenzinham já possui uma passagem pela polícia, o que lhe impede de conseguir fazer dinheiro com isso no campeonato mundial de Warcross. 
 
Boa parte do inicio do livro é usada para explicar as condições precárias de sua vida e o qual relevante é o Warcross para a sociedade atual, e é em cima disso que a autora finamente começa a desenvolver a trama. O livro tem uma história bacana. Talvez eu tenha começado a ler imaginando coisas bem diferentes, mas no fim foi interessante e conseguiu me prender. 
 
Marie Luu encaixa personagens diversificados na história, e não apenas racial, mas de etnia e deficientes. A história em si é localizada em Tóquio, mas saiba que o livro inteiro é muito mais sobre o jogo. 90% das cenas se passa dentro das partidas de jogos (o mundo virtual), ou seja, no mundo com objetos e seres fictícios enquanto os personagens estão com a bunda no sofá (vida real). Pra quem gosta de RPJ, FPS, jogos do tipo, deve achar bacana, mas não realmente não era o que eu estava esperando. Sou uma fã de literatura fantástica, eu realmente prefiro as histórias onde os personagens são literalmente parte daquilo. Combate corpo a corpo, sabe? Quando a trama gira em torna de algum conflito "real". 
 
Warcross tem personagens bem caracterizados, e eu gosto da Emika justamente por ser uma personagem feminina inteligente e independente, e mesmo o pouco de romance que acontece entre ela e Hideo me pareceu bem construído. Não brotou do nada. A sinopse é atrativa e é uma ótima ideia para uma estória, mas o desenvolvimento, para mim, foi muito confuso. 
 
Tem todo esse processo de introdução e o que leva Emika a sair da California para Tokyo, mas o ponto principal mesmo da história é que o jogo desenvolvido por Hideo está sendo ameaçado por um hacker chamado Zero, e o trabalho de Emika é descobrir quem Zero é (consequência de uma façanha que ela apronta lá no início, quando não passa de uma mera mortal) e o que ele está tramando já que sempre que invade faz alterações no jogo. Ou seja, é tudo com um proposito e bem encaixado. 
 
Teve sim um momento ou outro que eu fiquei "???" (relaxa, não é spoiler). Citando por alto foi apenas algo que Emika já sabia e tomou uma decisão que me pareceu beem aleatória dentro da última fase do jogo. É um daqueles momentos que o livro tá acabando e você não tá vendo mudanças, respostas, e a autora precisa desesperadamente largar um gancho para aplicar o plot twist e vim o livro dois... Ai a autora cozinhou linguiça pra gente ficar no desejo do hot dog. 
 
Nesse caso, do plot twist, o qual...Meus leitores, nunca nem desconfie!!! Não tive do que reclamar! Se eu falar mais sobre isso acabarei dando spoiler. Faz tempo que li esse livro (e mais tempo ainda que essa resenha está guardada na minha gaveta online imaginaria), mas como planejei ler o segundo volume resolvi deixar aqui esse registro do primeiro. 


É isso pessoal. Obrigado pela atenção de vocês e até o próximo post. 💕
É nóis, turma! 

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