Dê o próximo passo. Não importa pra que lado seja.

by - fevereiro 19, 2019





              Eu estava ouvindo um episódio de um podcast chamado "Escolha Sua Vida" até então aleatório sobre sermos todos azeitona, e a princípio foi isso que eu pensei sobre o título: ninguém gosta de azeitona, com exceção de um certo pessoal; e eu imaginei que somos todos azeitonas, porque nem todo mundo irá gostar de nós, mas existirá uma parte que sim?! Porém, ouvindo mais alguns segundos logo percebi que não tinha nada a ver com isso, mas do processo que se faz o azeite da azeitona (desde já recomendo que você ouça este episodio). E pulando logo para os finalmente, o que me tocou mesmo foi um trecho sobre nós estarmos cientes de que queremos fazer alguma coisa, mas não sabemos o quê, então continuamos parados sem executar nada. E ela, a moça do podcast que até então pareceu-me estar em uma palestra, disse que nós só precisamos nos mover. E isso soou tão óbvio e simples comparado com a confusão que estava na minha cabeça.

Nesses últimos meses, mas precisamente desde o início de Fevereiro, está sendo uma loucura. Essa é a primeira vez que admito isso: sentada na escrivaninha do computador, com um teclado de teclas duras plugado em um cabo otg ao celular porque o meu pc está me tirando do sério. E eu me sinto tão sufocada. A minha mente parece uma caçamba de lixo acumulado há vinte anos e esses pensamentos pessoais, aleatórios, do dia a dia… Eu me pego pensando em cada coisa nada a vê, sabe? Cada coisa sem importância, que fica ocupando espaço na minha cabeça, deixando-a pesada e dolorida e me tornando um ser humano impaciente e estressado; e eu não suporto pessoas assim, o que significa que eu mesma sinto que tenho passado dos limites e não me suportado.

              Se realmente tem alguém lendo isso, lendo o meu blog, muito obrigada, mas talvez você tenha notado que esse é o sei lá… terceiro poste de 2019? E não é por falta de vontade. Eu amo isso aqui. Eu amo esse mundo de blogs informativos e principalmente os pessoais. Eu sou apaixonada por escrever, e pelas diversas formas de como é possível nós expressarmos emocionalmente, ou mesmo fisicamente e contar como foi o nosso dia, incluindo os nossos medos e conquistas de crescimento no âmbito pessoal. Eu acho maravilhoso ler um livro e ter onde me expressar sobre ele durante ou após a leitura. Mas… eu… não estou… conseguindo.

Eu não estou conseguindo fazer isso. Fazer essas coisas que eu gosto. Às vezes parece que eu já não tenho mais horas nos meus 24/7 para fazer nada. E talvez você pense que é falta de planejamento, mas não é. Eu tenho um planejamento inteiro para o blog, semanal, com espaço para posts e para o momento em que posso produzi-los; eu tenho uma nota (to do list) semanal que posso olhar por inteiro e saber o que tenho para fazer naquele dia, pela manhã, tarde e noite, mas Jesus! Parece que a Terra está girando mais rápido. Parece que eu estou correndo. Parece que eu já começo a fazer algo pensando que estou atrasada e termino esse algo, achando que já deveria começar a próxima.

O meu planejamento começou a dar certo por um bom tempo, mas esse ano… Esse Fevereiro. Eu sinto como se eu amasse fazer muitas coisas, e estou tendo que escolher entre elas, entre qual coisa que deve ser feita sempre, eu devo escolher para fazer hoje, ou amanhã ou depois de amanhã, E quando eu não consigo... O dia ainda nem acabou, mas se percebo que já falhei naquilo, eu sinto como se tivesse envelhecido quarenta anos e perdido uma semana da minha vida naquela uma hora de atraso.

              Eu não sei se você está me entendendo, e eu não sei se tem interesse em ler isso, mas sinceramente… eu não me importo. Não me importo se você aí do outro lado não vai ler isso, porque eu sinto que preciso falar sobre. E respeito se você fechar essa tela, mas respeito mais ainda se você escolher ficar, escrever como você tem se sentido nos últimos meses, ou mesmo me enviar um e-mail. Sabe… as vezes estamos tão cheios… E é assim que eu me sinto.

Eu tenho calculado cada passo, cada palavra, cada horário. Acredito que não sou nenhuma perfeccionista ou sei lá (acredito eu, né?), mas eu realmente tenho feito as coisas desse jeito porque eu olho para trás e só vejo as coisas que deram errado, que me enquadraram e eu tenho feito o possível, eu tenho literalmente escrito e listado tudo que precisa ser feito; E eu gosto de ter um planejamento. Uma rotina saudável e balanceada. Porque, quando eu não me organizo ou não listo as coisas, acabo esquecendo e mais tarde me sinto muito pior do que se não tivesse uma semana bem planejada. Eu tenho mantras mentais para toda vez que eu sair de casa ou precisar estar em um meio social, e talvez você pense que eu sou louca (acredite, eu também já me peguei com medo dessa possibilidade e escrevendo tudo isso, só deixa tudo mais assustador), mas é que eu não quero mais me culpar pelo que deu errado. Pelo que eu fiz ou falei de errado.

Mas nós últimos dias eu tenho pensado se isso vale a pena. Poxa, eu estou tão cansada. Eu me pego me policiando as 24/7. As vezes eu só queria não ser assim, e quando a ideia de ser o contrário surge, aparece também o medo de extrapolar. Eu sou uma alma daquelas que pensam “depende” para tudo, mas parece que quando eu não tenho as minhas coisas sob rédeas curtas, eu extrapolo. Ou 8 ou 80. E o único meio que encontrei para prestar mais atenção e ter autocontrole me faz sentir enclausurada.

Talvez eu já esteja misturando as coisas nesses últimas parágrafos, mas a questão é que eu travei de vez. Eu me sinto tão sufocada… não existe outra palavra para isso. Mas tão sufocada espiritualmente e impotente em outras áreas e frustrada no que se diz respeito a conseguir fazer tudo que eu amo e me faz feliz e conciliar isso com as coisas que é necessário para a minha vivência, que eu travei.

              Esse texto não é um poema de esperança ou estrofes de um texto motivador, mas é aquele vômito que você dá depois de passar por uma situação angustiante. Eu não sei se você já se sentiu assim. Acho que a maioria das pessoas se sentem comprimidas em algum momento da vida. A questão é que eu sabia que precisava fazer alguma coisa e estava pronta para fazer, mas não sabia por onde ir. Para onde ir. Eu sabia que precisava postar no blog, ir aos treinos de vôlei, estudar um pouco mais além do cursinho, ter minhas coisas da casa em dia, mas o fato de saber que precisava agir, me paralisou. Eu não consegui enfim fazer. Sair da teórica na minha cabeça e mover os meus braços e pernas para os finalmente. Eu tenho tanta coisa e está tudo tão claro na minha mente que.. eu não sei. Não sei se é medo de fazer e dar errado. Só sei que acabei ficando inerte.

Foi quando ouvi o que essa moça disse: apenas faça qualquer coisa. Escolha qualquer caminho. Sabe… só vai. Eu já percebi que eu penso tanto e planejo tanto que acabo nem fazendo. E quando ela disse isso me pareceu tão óbvio. Se eu quero escrever eu só preciso sentar e escrever, ao invés de pensar tanto em quais palavras, com qual app, ou sei lá. Se eu tenho que ir a algum lugar eu só preciso ir. Seja lá o que for que você deseja ou quer, escolher qualquer caminho é melhor do que ficar parado. E se mesmo assim você fizer a ação errada, você deu um passo. Você já se moveu. Não está mais onde estava ancorado antes, e agora poderá ter um novo campo de visão e descobrir para qual lugar dar o próximo passo.

É como aquele mantra “vá até onde a vista alcança, e lá verá um novo lugar” ou algo semelhante… É como estar navegando no meio do oceano. Ir na direção do horizonte, mesmo sem saber para onde está indo, é muito melhor do que continuar fincado no meio do nada. Eu queria muito escrever sobre o que ando sentindo, mas fiquei com receio de não ser certo, mas chegou em um ponto que deixou de ser “querer” e passou a ser “necessidade” . Então sentei, pluguei o teclado no celular e apenas escrevi o que estava vindo. Apenas dei um passo. Essa escolha pode não ter resolvido tudo cem por cento, mas os cinquenta resolvido já me permite ter uma visão melhor de como solucionar a outra parte.

Hoje é dia de postar algo sobre entretenimento (e eu tenho muito a escrever sobre isso), mas por hoje, pelo menos por hoje, que se lasque o cronograma. Era sobre isto aqui que eu escrevi, que precisava conversar. Amanhã é outro dia e a gente vê no que dá.

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1 comentários

  1. Ai Jessie, também estou passando por isso há um tempo. Eu sempre me pego planejando e buscando o caminho perfeito. Mas apesar de eu já saber que não existe esse caminho, eu continuo buscando-o. Acho que por medo de tentar e errar e me machucar.

    Boa sorte pra você, e me conta se encontrar o caminho perfeito rs

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