EuAssisti | "Origin", uma série do YouTube Originals

by - janeiro 25, 2019



              Origin é uma série do YouTube Originals, onde sete pessoas acordam dentro de uma nave, aparentemente abandonada, quando deveriam despertar apenas ao chegar no Planeta de destino deles. Desorientados e sentindo-se enganados eles resolvem tentar chegar a cabine no topo da nave, ao mesmo tempo que vão encontrando sinais de destruição e por último corpos mortos em cada nível, chegando no auge de encontrar dois tripulantes ainda vivos.

Tenho um principio ao começar uma série nova que é assistir pelo menos a 5 episódios antes de desistir dela, e isso tem salvado alguns títulos que começam a melhorar depois do terceiro episódio, como é o caso de Origin.


O episodio piloto começa com uma tentativa de trazer o terror com aquelas clássicas técnicas de pistas de gosmas e gotas de sangue, fazendo-nos pensar que talvez a nave tenha sido atacada por alienígenas devoradores de seres humanos. Uma filmagem de gosma no corrimão da escada, outras de sangue na parede, uma interpretação de medo de quinta da parte de uma das personagens ao acordar naquele ambiente, e até mesmo uma cena usando efeitos especiais mal sincronizada e claramente péssima.



O que salvou esse episódio mesmo foi o Sen Mitsuji, que conseguiu captar todo o clima de tensão e apreensão de cada momento do seu personagem, Shun Kenzaki, saindo-se melhor que o velho Malfoi, Tom Felton interpretando o Logan na série, durante os primeiros episódios. O cara (Shun) tem todo aquele perfil de durão bastante reservado, e acaba passando a imagem de líder junto com a Lana (Natalia Tena), que traz a moça durona e que passa confiança quando segura em uma arma, mostrando que não veio para ser protegida, mas sim para proteger. É ótimo ter esse tipo de personagem feminina e espero que a industria de entretenimento nos traga isso cada vez mais, afinal eles só tem a ganhar em audiência também, porque a gente se identifica e se interessa.

Ao tempo que acompanhamos os sete tripulantes saindo de suas células (camas onde estavam adormecidos durante a viagem) e encontrando-se uns com os outros na espaçonave, acompanhamos também cenas de um passado bem recente para nos mostrar o que cada um deles eram e faziam na Terra. Em cada episódio nos é apresentada a vida de um deles e o que os levou, por vezes os obrigou, a abandonar tudo em nosso planeta para aceitar a oferta da THEA (a agência que criou e conduz o projeto) de colonizar um planeta novo semelhante ao Paraíso, dando a cada um deles a chance de ter uma nova vida, esquecendo todo o seu passado para trás.



Isso foi sem dúvida uma bela tacada, porque temos apreensão a respeito do que está acontecendo na nave, mas também fica aquele receio de confiar em cada um dos personagens; a curiosidade do porquê que eles estão ali, em que século a série se passa e quais mudanças já aconteceram; o que aconteceu enquanto eles dormiam e se há uma nova possibilidade de atingi-los novamente ou mesmo ser um deles o causador de tudo. Em cada cenas contando pequenas histórias do passado as peças vão se movendo e identidades vão se formando quando recebemos informações de quem são eles. Muitos tem um passado de arrependimento e mesmo sanguinário.

Sen Mitsuji, Tom Felton, Philipp Christopher

No terceiro episodio já se pode notar uma mudança que para mim foi drástica. Se no começo Origin parecia uma tentativa fraca de transmitir terror, nos episódios seguintes é utilizado o suspense e mais do método "o que é que vai acontecer?" do que o "o que é que está acontecendo" — o que é bom para mim que não assisto aquele terror tenebroso, afinal Origin é umas serie de ficção científica. Então isso significa que se eu estou assistindo, é porque qualquer cena que possa transmitir algum tipo de medo, é leve mesmo (risos). É mais um terror psicológico, como o medo de ficar perdido no espaço, de morrer, da falta de alimento e água, e todas essas coisas que fazem a mente humana entrar em pânico.

A série vai nos dando pequenas pistas a cada episódio do que pode estar abordo da nave, mas mantendo segredos como: a possibilidade de todos estarem infectados com o que esteve ali ou/e ainda pode estar; de como esse isolamento em grupo do resto do universo vai impactar neles como indivíduos e mesmo a possível clássica desavença em grupo que causa a autodestruição dos próprios personagens.

No terceiro episodio o telespectador já sabe de muitas coisas sobre alguns dos 7 passageiros, descobre o que aconteceu na nave enquanto eles estavam dormindo, quem são os dois tripulantes sobreviventes e se gostar de um suspense mediano com doses de anseio pela sobrevivência, vai curtir os próximos episódios. No segundo ep. os atores passaram a atuar muito melhor, sem falar nos ângulos de filmagem que fizeram toda a diferença (porque eu assistir umas cenas no episódio piloto que só Jesus na causa) para trazer o suspense, e o diálogo também deixou de ser automático. É aquele tipo de mudança que te faz pensar que demitiram a dupla de diretor e roteirista, e contrataram novos.

Origin suspense de ficção cientifica. Se você assistiu ao trailer ou viu algumas imagens e agora está com receio de assistir por ser nojento ou porque pretende ir no seu quintal a noite, o sinal está verde (talvez fique amarelo lá pelo sexto ep.). Minha opinião de mera telespectadora sem experiencia alguma em crítica de cinema é o seu medidor de filme de terror. Acredite, se fosse tão nojento ou agoniante nem eu estaria vendo. É uma série bem de boas e leve, mas como contém cenas de sangue escorrendo pelos olhos (nada muito tenebroso), corpos se contorcendo (mas com um fundo escuro pra diminuir o impacto) e cérebros sendo partidos com bisturis laser, então é bacana se você tiver mais de dezesseis anos, beleza?

Como sempre deixo claro, isso aqui é apenas um pequeno review em formato de opinião pessoal.


Natalia Tena, Tom Felton e Sen Mitsuji

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