Pratique a Gratidão e experimente a Felicidade.

by - outubro 21, 2018

"Você vai se esfoçar a caber num espaço que tem tamanho, conta corrente e cor definida, e eu não estou dizendo: aaa, eu não vou chegar aonde você está porque eu não sou capaz. Não! Eu estou dizendo simplesmente que eu não vou chegar onde você está, porque onde você está não é o lugar que eu quero chegar. Eu não preciso está aonde você está para ser alguém, porque o que significa “estar no topo” para você, sequer me interessa. Eu sei o que o topo significa para mim!"

Olá você, tudo beleza?


              Você não pode ser cem por cento feliz porque se você não passar por momentos de tristeza em sua vida, não terá como reconhecer a felicidade. Como você vai saber se está feliz se nunca conheceu a tristeza? É o mesmo que viver uma vida continua… sem baixos e automaticamente sem altos. Vai cair na famosa “rotina” sem sequer reconhecê-la.

Então isso significa que para que a felicidade exista, a tristeza tem de conviver paralela a ela. Quando algo de ruim acontece nós ficamos tristes. Mas só uma sucessão de decepções, ou seja, expectativas frustadas, faz com que a tristeza possa ser continua. Ou seja, quando várias pequenas coisas ruins acontecem e os nossos olhos passam a fixar-se nelas esperando as próximas pequenas decepções é ai que vamos nos afundando em um poço de revolta com a vida, angustias e incertezas a respeito do futuro. Estar fixo nesses acontecimentos é isolar todas as outras grandes e principalmente pequenas coisa que tem e estão acontecendo paralelo a elas. Por isso afirmo que a felicidade no minimo estável é garantida pelo sentimento de gratidão. É você ser grato por todas as outras coisas que vivem do outro lado da tristeza.

Claro que é uma pratica que não se perpetua do dia para a noite. Não é uma mudança fácil, até porque o mundo está em movimento e quem habita o topo é uma camada da sociedade que tem um acesso mais facilitado a determinadas coisas, seja ela dinheiro e tudo o que se obtêm com o dinheiro (e quem nem sempre o seu foco são as necessidades básicas). E eles tendem a olhar para nós e dizer: eu estou no topo e isso é o topo. você só está no topo se for este daqui. Peguemos como exemplo o padrão de beleza: as mulheres são magras, se você quiser ser modelo para desfilhar nos desfiles mais badalados principalmente, e se você for modelo tem de se esforçar para manter o que você já é. Mas essa regra que forma o padrão e que consequentemente acaba criando o “topo”, afirma que toda mulher deve ser magra ou no minimo ter coxões, peitões, bundões, cintura de pilão e ainda vestir trinta e seis ou no máximo trinta e oito. Mas não é só as mulheres que sofrem, porque do mesmo lado temos os rapazes, tem de ter no minimo um e setenta e cinco, serem magros, mas não muito, fortes, mas não gordos, nem baixo e nem muito alto. Fazer a barba e ter barba.

Ou seja, existe sim um padrão. Uma formula que se repete. E se você está fora dela todas as pessoas que acreditam nessa formula vai te dizer que você tem defeitos e bem, você não quer ter defeitos. Você não quer ser a única diferente. A única fora daquela comunidade perfeita. Você fica triste e então tenta mudar algo que não tem necessidade e começa a ficar frustada com todas as sucessões fail que se seguem. E talvez você pense: “bem, mas estamos mudando esse pensamento”, e eu te respondo: É. Graças a Deus que estamos, mas o padrão não é apenas o da beleza.

Se um parente seu morre ou algo de ruim acontece com alguém que você ama, você tende a ficar muito, muito triste. Mas em algum momento isso passa. No entanto, o resto da sua vida você fica decepcionado consigo mesmo, se sente um lixo ~nem sempre~ ambulante e caí numa tristeza profunda porque você não tem coisas que sequer precisa ter. Eu não estou falando de você que quer ter um emprego melhor para ajudar sua família ou estudar para poder ter acesso a coisas básicas — que apesar de básicas não são de fácil acesso. Estou dizendo que nos somos frustados de proposito por uma sociedade que olha para nós e nos diz que se nós não estamos onde elas estão, nós não estamos no topo. E que precisamos fazer muitas vezes coisas absurdas, abrir mão de momentos, pessoas, de muito mais valor apenas para chegar lá. Sendo que lá pode ser qualquer outro lugar. Sendo que o topo, o meu topo, o seu topo, pode ser qualquer outra coisa. Desde ser chefe em uma empresa com vinte e cinco anos até abrir uma livraria na garagem de casa.

Sabe, essa necessidade de termos o que o outro tem, de querer ser o que o outro é, chegar onde o outro chegou, isso nos tira de nós. Faz com que nós deixemos de sermos quem somos, seja fisicamente falando ou não. Você vai se esfossar a caber num espaço que tem tamanho, conta corrente e cor definida, e eu não estou dizendo: aaa, eu não vou chegar aonde você está porque eu não sou capaz. Não! Eu estou dizendo simplesmente que eu não vou chegar onde você está, porque onde você está não é o lugar que eu quero chegar. Eu não preciso está aonde você está para ser alguém, porque o que significa “estar no topo” para você, sequer me interessa. Eu sei o que o topo significa para mim!

Sabe, você vai se mutilar, se esforçar a entrar num lugar que não te cabe — porque muitas vezes você é maior do que aquele espaço ridiculamente definido — e você não vai conseguir porque você já é o que você é e isso é o suficiente. Porém, se você não souber disso irá acabar se autofrustando, sentindo-se um derrotado da vida e um lixo de pessoa por não ter chegado aonde eles disseram que você deveria chegar. E como resultado são todas essas frustrações em que se fixam os nossos olhos e nós acabamos deixando de ver o quão bom já somos.

O problema no fim das contas é que somos induzidos a querer coisas que na verdade nem sabemos que queremos. E quando você não consegue alcançar essas coias que você quer de verdade ou não, você fica triste (para não dizer inútil). Você se matou o tempo todo, mas você sente que não chegou lá, MAS LÁ ONDE? No topo que você quer chegar? Mas o topo de quem? Nas coisas que você quer ter? Mas você precisa mesmo delas para viver? No carro do ano, no corpo padrão, nas roupas da moda? E então você deixa de ser um sonhador, para se tornar um capitalista-modinha-frustado da vida, e que vai continuar assim porque o sistema precisa de você querendo coisas que você não tem e ser um camaleão pisca-pisca pra se encaixar em todo canto.

Como resultado você vai ficando fixado nisso e essa ausência de coisas te impede de ver tudo o que você já tem (e já é), e se você não percebe o que já está em suas mãos você não pode agradecer por elas, afinal você só enxergar aquilo que te falta. E bem, se você não tem pelo que ser grato você não é alguém feliz. E ai todo esse texto se inicia novamente e você se torna esse circulo vicioso de ser coisas aleatórias pra ser feliz, porque você só olha pro que te falta ao invés de ser grato pelo que você já é/possui.

Abra os seus olhos e mantenha-os abertos para analisar se você precisa ter/ser isso que você anseia doentemente no seu intimo. A vida está passando. As pessoas a sua volta estão perdendo um dia de vida. Repense se o caminho que você está se matando para caber é realmente seu ou de outra pessoa. Sabe, não se deixe levar por essa onda, porque não é de hoje que se prega que viver de verdade não é ter um carro do ano, 10k no Instagram… percebe como as metas vão se tornando fúteis? E não tornar isso o centro da sua vida não significa que é tirar do ser humano o sentimento de ambição, mas canalizar os seus esforços nas coisas certas, — o que te fará reconhecer o essencial — ser grato pelo que você já tem e ser feliz por isso. Como diz o ditado do século vinte um, mas que nem todo mundo leva a sério: “todos os outros já existem’, ‘seja você e vire tendência.” e principalmente “as coisas mais valiosas da vida não se pode comprar e são invisíveis aos olhos.” Reconheça-as e seja grato por elas.

Foto usada no inicio por Nicolas Gras via Unsplash.

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5 comentários

  1. Jessie, primeiro: vc ta lendo our fall??? hahahaha
    Vamos lá, eu sou uma pessoa bem fora do tal "padrão" me libertei das amarras da sociedade ainda muito cedo, aos 22 eu abandonei emprego registrado pra começar um comercio, indo na contramão de todos os meus amigos, muita gente me criticou sabe, mas hoje, 8 anos depois, as pessoas querem ser livres como eu, sem chefe mala, sem pegar hoooras de transito todo dia e por ai vai...
    Esse é só um exemplo, o tal "padrão" nos assola em muitos momentos, como esses que vc citou. Meu conselho: siga o exemplo de Jesus e faça sua parte no mundo, nem Ele agradou a todos, quem somos nós ne

    osenhordoslivrosblog.wordpress.com

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  2. Oii Jessie.
    Gostei bastante do seu texto, porque ele é pura verdade. Fazer parte de um padrão social nos deixa preso a uma rede de mentiras. Você quer ser exatamente o que as pessoas esperam e não há nada de bom nisso.
    Adorei o post.
    Beijos.

    Blog: Fantástica Ficção

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  3. Oiii,
    Que texto lindo e reflexivo. Eu tenho passado por muitos momentos de reflexão. Este ano está sendo um ano de mudança para mim, da forma de pensar, de viver a vida, de trabalhar, de estudar, de me planejar...tudo está se transformando. Ainda me cobro e ainda me frustro, mas também vem aparecendo bons resultados, resultados não esperados ou imaginados. Uma frase me chamou atenção de seu texto: "Mas lá onde?" Venho me perguntando isso constantemente, porque acho que não tem um lá, porque quando chegar naquele lá, haverá outro lá e aí que temos que ter cuidado, para não ficarmos constantemente frustrados e não reparar quando chegamos em algum "lá", porque há vários , não apenas um. É um processo e não um fim, claro que hoje eu compreendo isso melhor do que ontem, mas tenho sempre que me policiar. Adorei o texto!

    Bjokas da Elo!
    http://cronicasdeeloise.blogspot.com/

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  4. Amei tanto o seu texto, porque é real. Desde de pequena eu era bem "estranha", mas tentava me encaixar e toda vez eu quebrava a cara. E só percebi o tanto que tentar seguir os que os outros queriam de mim me diminuia e o quanto estava perdida sem saber mais quem "eu era", quando precisei fazer terapia. É bem doido, sabe? Ter um monte de interrogações na sua cabeça porque você não sabe mais o que você é e o que é a você que os outros queriam. A minha psicológica sempre dizia para eu achar a "Dani da Dani", ainda não achei "ela" totalmente, mas estou tentando e fico feliz por isso, tentar.
    Parabéns pelo post!
    Bjo
    ~ Danii

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  5. Oieee.
    Parabéns pelo texto, maravilhoso. Somos tão condicionados (seja pela mídia, pelas redes sociais ou pelas pessoas ao nosso redor) a correr atrás do nosso futuro, a ter uma casa onde morar, um carro e um cargo de alto nível - e isso tudo antes dos 30 - que não percebemos nada ao nosso redor. Eu constantemente me lembro de agradecer ao Senhor Jeová por tudo o que eu tenho, e pelas coisas do dia-a-dia, semana passada pude presenciar a formação de uma chuva e foi tão lindo (pude ver do 9° andar de um prédio; é tão diferente de olhar do "chão" que fiquei deslumbrada), não é um processo fácil porque o querer mais, querer tudo, está sempre ao nosso redor.

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