O Vírus Online - A cada um post de amor, existem mil comentários de ódio. // Semana 17

by - abril 27, 2018


Por Jéssica Faustino.

           O amor é a essência mais poderosa que existe. Ele te move a acreditar que você é capaz de fazer coisas que achava que não seria. A única coisa que possui quase o mesmo potencial é o ódio. O seu oposto. Gostaria de pedir desculpas ao afirmar isso, mas eu tenho preguiça, preguiça não, um desgosto imenso de ler os comentários de alguma “matéria” na web que possa faísca problemas. E quando digo problema quero dizer: um assunto polêmico. um assunto que nem era para ser polêmico, mas se tornou em menos de dez minutos.

           O tema de hoje é o que tem de pior na internet e sem dúvida alguma, para mim, é o vírus, não mais físico, mas online do ódio. O vírus, assim como o ódio, pode ser prejudicial a nossa saúde e atacar diversos sistemas do nosso organismo, mas todo mundo aprende em algum momento que o vírus não é um ser vivo. Como o ódio ele precisa de um hospedeiro, eles não se reproduzem sozinhos e não tem metabolismo próprio. Eles dependem de nós, para viver. Para continuar atacando. E muitos humanos tem os alimentado.

           O ódio é alimentado e lançado em forma de liberdade de expressão;
           O ódio é alimentado e lançado por trás de um perfil oculto e trancado de um internauta;
           O ódio é alimentado e lançado em forma de opinião própria, camuflando o machismo, a apologia ao estupro, a homofobia, o preconceito racial, o preconceito literário e até mesmo o femismo, porque sim, ele existe.

           Nós estamos o tempo todo sendo bombardeados de informações. Notícias das mais diversas áreas e de regiões do mundo e isso é bom. É benéfico estar a par dos acontecimentos do mundo. Mas o problema é que todo mundo parece ter criado um tipo de “opinião própria” e tudo bem as pessoas se expressarem e discutirem de forma saudável sobre tal; mas algumas delas sequer tem uma base. Sequer sabem do que estão falando! Conhecem ou tem noção das palavras que estão sendo usadas e digitadas para alguém que elas mal sabem de cor o @.

           Enfim, é ótimo ver as pessoas se posicionando contra qualquer violência e situação crítica: uma mulher que explanou o relacionamento abusivo; um cara que se abriu sobre o preconceito sofrido; uma garota que não se calou diante de um abuso. É como o sistema imunológico do ser humano estar trabalhando para expulsar tudo que lhe prejudica. Esse é o lado bom da internet, mas o que tem de pior é o que vem depois. A forma como as pessoas se agridem verbalmente nunca me pareceu tão mais dolorido; são internautas que nem se conhecem e se você tirar um minuto para ler os comentários de uma postagem polêmica — ou até de um post que era para ser simples ou divertido — você fica puto da vida! Você sai daquela zona desacreditando do ser humano…

           Mano… é muita besteira, sabe? É cada tipo de afronta usada como argumento; tem comentários tão baixos, cheios de ódio desnecessário que é repudiante. Me causa náuseas. Me deixa mal. O ódio desnecessário sendo implantado em cada ser humano daqueles comentários… sendo alimentado. Deixando de ser um vírus inerte e se tornando um ódio vivo.

           O que tem de pior na internet é isso: o ódio. um ódio sem motivo. Um ódio que poderia ser resolvido se cada “filósofo contemporâneo” daqueles tirasse um minuto do seu tempo preciosíssimo para pesquisar antes sobre o que estão falando. Quando se apresenta um seminário é isso o que se faz antes: estuda o tema! E não relaciono apenas as postagem com assuntos atuais, mas a tudo que se é compartilhado e que venha a formar opiniões. Tudo que as pessoas fazem sem antes analisar se estão se expressando da forma correta. Se estão difamando alguém. Se estão levando em consideração se aquela “opinião pessoal” não afeta de forma negativa a opinião-individual-coletiva.

           Mas não acho que tudo esteja perdido. Existe uma esperança em mim do tamanho de um grão de mostarda (e há quem saiba que isso é o suficiente) que acredita que tudo pode ficar melhor. Que as coisas não precisam ser resolvidas com violência. O ser humano só precisa se lembrar que o contrário do ódio é o amor. Não aquele amor entre casal, mas a piedade. Ter compaixão. Um homem sábio é ciente que é muito mais prazeroso ficar calado diante de um tolo do que mostrar superioridade de outras formas. Um amor que se resume em agir com educação, sensatez e paciência. Então, tenhamos piedade daqueles que foram infectados e tenhamos a preocupação de cuidar para que outros não sejam.

           A cada um post de amor, existem mil comentários de ódio.

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