Crítica // Pandemônio de Lauren Oliver #2 — Cacto Florido
Em Pandemônio, o segundo livro da série, Lena Haloway está dividida entre o "antes"- que mostra seu sofrimento por ter perdido Alex ao mesmo tempo que precisa se transformar em alguém forte o suficiente para sobreviver na Selva - e o "agora", seu cotidiano infiltrada na cidade como integrante da Resistência. Ela terá que lutar contra um sistema cada vez mais repressor, sem, porém, se transformar em um zumbi: modo com os Inválidos se referem aos curados. E não importa o quanto o governo tema as emoções: as faíscas da revolta pouco a pouco incendeiam a sociedade, vidas de todos os lugares... inclusive de dentro.
Autora: Lauren Oliver
Páginas: 304 Nota:
Editora: Intrínseca Ano: 2013
Gênero: Distopia
ISBN: ISBN-13: 9788580573138
"— Ouvimos boatos — diz ela sucintamente. — Histórias de uma grande fuga em Portland, com muito envolvimento policial, e que foi completamente encoberta." - Graúna.
Depois da tentativa eletrizante, falha e de partir o coração, Lena segue mata adentro deixando Alex para trás, enquanto o mesmo é capturado ferido por militares. Sozinha e já no outro lado da cerca, na Selva, Lena vaga por oito dias (que não são descritos) passando da fronteira da sua cidade enquanto vaga meio grogue até ser encontrada quase morta por Graúna e levada para o Lar (como eles chamam) diferente do qual Alex havia planejado. Lena é forçada a se adaptar (uma das adaptações mais cruéis que eu já li) e aprender a sobreviver junto com os outros poucos moradores do local, até ser preciso que eles abandonem o lugar por causa do frio que os afetam e outros fatores.
No lugar de capítulos a narrativa do livro foi divida em duas partes, "Antes" e "Agora". O Antes, já é considerado passado, onde acompanhamos quando a Lena começou sua vida na Selva. Posso dizer que essa narrativa não foi maquiada — como alguns autores fazem quando um personagem precisa aprender a se adaptar em um novo lugar e uma nova vida. Acompanhei com uma grande agonia e certo desconforto que irei citar mais abaixo as mãos, pés e a própria Lena ficar ferida pra caramba. Passar dias sem conseguir erguer um balde com água e sendo tratada no quartinho dos doentes. Acompanhamos seu processo desde estranhar homens, mulheres e crianças todos sentados juntos a mesa, até não ligar mais em ver homens semi-nus. Que evolução não?! 😬
"— Vá em frente. — Sarah.
— Não tenho garfo — digo baixinho.
— Não tem garfo aqui — diz ela. — Nem colher. Nem nada. Apenas coma."
O Agora é presente, onde o leitor já se depara com uma Lena bem diferente. Depois de oito meses encontramos uma mulher com uma identidade falsa, com a marca da cura e morando em Nova York junto com Graúna e Prego. Pelo que pude entender eles estão lá juntos com a Resistência (pessoas que se recusam a serem curadas). Lena está infiltrada na ASD (America Sem Deliria) e também fica encarregada de ficar de olho em Julian Fineman — o filho do fundador da ASD, Thomas Fineman, — durante uma manifestação onde tentam convencer o resto da população de NY a acolher a cura mais cedo. Enquanto ainda são crianças. Mesmo sabendo de todos os riscos.
Durante essa manifestação Lena acaba sendo sequestrada junto a Julian. Os dois são mantidos no subterrâneo por vários dias seguidos, onde Lena tem uma pequena briga interna entre se mostrar legal, mas acabar expondo que ela não é realmente curada ou continuar com seu parceiro de cela, calados e ignorando um ao outro. Afinal, Julian é o rosto da campanha da Cura e segue toda a sua crença sobre como ela é importante e Lena é uma invalida infiltrada em seu mundinho — que só tende a crescer. Essa história parece familiar não é mesmo? Mas calma que nestante iremos chegar lá.
O problema (pelo menos no meu ponto de vista) é que Lena começa a gostar do garoto! Gente, eu estou tentando ser legal sabe? Mas aonde já se viu? A garota fugiu de tudo que conhecia pelo Alex, atravessou a Selva e sobreviveu não só a ela, mas a Saqueadores, ao frio, a fome, precisou enterrar amigos e no final, só em passar alguns dias com um cara (chato e inimigo) já diz está amando ele? Onde já se viu? Não tem nem oito meses que se afastou do Alex... Cadê o suposto Luto? O Amor, que é tão mencionado? A autora sequer permitiu que Lena pensasse nele de uma forma mais carinhosa sabe?
No processo de sobreviver no esconderijo, bolar uma fuga do lugar e realmente fugir — o que leva as partes Agora do livro todo (carinha-revirando-os-olhos) os dois acabam despertando esse sentimento. Lena também percebe que as pessoas da Selva que ela conhece não são os únicos e que por todo lugar tem Simpatizantes e Resistentes.
N A R R A T I V A
No processo de sobreviver no esconderijo, bolar uma fuga do lugar e realmente fugir — o que leva as partes Agora do livro todo (carinha-revirando-os-olhos) os dois acabam despertando esse sentimento. Lena também percebe que as pessoas da Selva que ela conhece não são os únicos e que por todo lugar tem Simpatizantes e Resistentes.
N A R R A T I V A
Achei essa divisão de tempo ótima! Eu já tive dificuldade com a lentidão da história durante o primeiro livro, imagina se a Lauren resolve narrar tudo junto em Pandemônio? De um ponto X ao ponto Y? Então eu achei muito melhor dessa forma. Ela ir narrando tudo ao mesmo tempo até o momento em que as linhas do tempo se conectam. Acredito que essa mudança de narrativa foi melhor do que a anterior. Eu consegui terminar o livro em 12 horas. Não tanto por ela (a narrativa), mas pelo fim do primeiro volume sabe? Esse livro foi “O” Livro que iria me mostrar se minha Esperança de Leitor é forte mesmo ou se eu faço parte da população Leitor Iludido por motivos que acredito eu que vocês devem imaginar. #Alex. 💜
Lembra quando eu perguntei se a história onde a Falsa Curada conhece um apoiador da Cura e passam a gostar um do outro? Então, em muitos momentos durante o Agora no livro foi impossível não comparar a história de Alex e Lena enquanto lia sobre o Julian e a Lena. Teve momentos em que ela mesma percebeu que ela estava falando e fazendo coisas por ele que Alex já tinha feito por ela: cuidar de machucados, tentar provar a Julian que a Cura não é uma coisa boa e até diálogos parecidos. Acho que se foi intenção da autora ela está de parabéns. Mas, caso contrário acho que faltou um pouco de personalidade nesse romance. Para que igualar amores?
P E R S O NA G E N S
Se eu estivesse lido esse livro antes, teria botado a Lena como personagem feminina que mais me surpreendeu na ultima tag que respondi. Eu fiquei tão surpresa com sua evolução que não sei se acho estranho e forçado, ou normal. Eu nunca imaginei que aquela Lena lá dos limites de Portland conseguiria sequer sobreviver a oito dias na mata. Ela sobreviveu a coisas piores.
Lena virou uma verdadeira Amazona, se assim posso dizer. Porém, eu não consegui gostar dela. Admiro pacas e reconheço que não só ela como Graúna são as personagens femininas mais fortes que conheço. Porém, a Lena não parece ser motivada por algo bom. O Alex era corajoso e rebelde porque ele lutava pela liberdade de amar. O tempo todo eu via a Lena como uma personagens que era somente movida a ódio.
"A Selva nos torna também cruéis. Cruéis e insensíveis, distribuindo farpas."Dos demais personagens que até agora não me recordo quantos foram, confesso que apenas um eu consegui lembrar-me sobre ele e suas cenas: o Prego. A Graúna aparece constantemente, mas ela não me parece uma boa pessoa. Suas atitudes é de alguém que saiu de uma ditadura para entrar em outra. Foram tantos personagens que podiam ter sido melhores desenvolvidos. Até mesmo a criança, Blue, não me cativou.
Já o Julian... Não sei se é por eu não está acostumada com personagens como ele, mas sinceramente eu não estaria nem ai se de repente ele resolvesse sumir no próximo livro. Não leva para o lado pessoal não, Julian, mas é que você é o tipo de personagem sem sal sabe? Parece que só chegou na história para enfeitar ou para tapar algum buraco?! Nesse volume a Lena pode ser considerada a badgirl. A personagem que tem um passado obscuro e segredos, enquanto se envolve com o Julian. Ele é um cara meio mimado e riquinho que não sabe se defender sozinho e é ai, mais uma vez, onde podemos ver cenas se repetindo como aconteceu com Alex e Lena. Vocês irão ver...
Admiro a coragem da autora em iniciar uma série com um par romântico e começar o segundo livro com outro. Considero um tiro no escuro! Mas posso garantir que você querido Leitor, siga com sua "esperança de leitor" até o final do livro. Vai ser surpreendente e era uma coisa que, mesmo que eu duvidasse em certos momentos, torcia para que fosse capaz de acontecer. Eu comemorei como se estivesse comemorando um gol do Brasil durante a Copa! Irei começar o terceiro livro mais no interesse de saber o que acontece com essa pessoa do que como irá se resolver todo o sistema do Deliria.
"Pegue algo de nós, e nós pegaremos de volta. Roube de nós, e roubaremos tudo de você. Se nos pressionar, vamos bater. É assim que o mundo funciona agora."Olá confidentes, tudo beleza? Pandemônio foi uma leitura finalizada há meses, mas a resenha estava escrita e acomodada por aqui. Revisei tudo ontem (14) e decidi postá-la agora, o que pela escassez de conteúdo das últimas semanas é uma ótima tacada, certo? Obrigada pela atenção de vocês e pela visita! Sou muito grata, de verdade.
Até o próximo post, babys. ♥
1 comentários
Olá! Bem bacana mesmo essa divisão dos capítulos, foi bem criativa.. O enredo me chamou bastante atenção não só por ter cura e resistência mas pela protagonista que mano do céu... Já quero conhecer hahaha Anotada a dica!
ResponderExcluirBeijos,
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