RESENHA | | O Inferno de Gabriel de Sylvain Reynard (+16)
- Narrativa e trama;
- Personagens
- Escrita do Autor
Contando um romance onde, ainda jovem, Julia Mitchell conheceu Gabriel e depois de passarem uma noite juntos na casa dele, os dois nunca mais voltaram a se ver, até que a inteligente e dedicada Julianne entrou para a turma de mestrado em Dante do G. Emerson. Desde já deixo claro que eu poderia escrever muitas linhas falando da história entre Julianne e o homem dez anos mais velho (e mais experiente) que ela. No entanto, prefiro escrever sobre a obra maravilhosa e tão bem esculpida que é “Gabriel’s Inferno” ou “O Inferno de Gabriel” no Brasil.
Ao ler a sinopse ou até mesmo as primeiras páginas do livro é de se imaginar, pela sua proposta, que a obra se encaixa em mais uma temática professor-aluna, amor-impossível, paixão-proibida... deu para vocês sacarem, certo? But, no! Eu tentei ler “O Inferno de Gabriel” três vezes e há um ano ele permaneceu guardado no guarda roupa até que pude compreender que era eu quem não estava sabendo ler o livro. Sim. Muitas vezes deixamos uma boa história de lado porque já começamos esperando algo que só está criado em nossa mente. Fiquei aguardando outros acontecimentos até que percebi que era eu quem deveria abrir a imaginação para a história criada por Sylvain Reynard.
Uma das coisas que mais me encanta é que “O Inferno de Gabriel” é rico em cultura. Assim que me permitir ser envolvida passei não apenas a ler, mas estudar o processo criativo do livro. Enquanto acompanhamos o romance entre Julianne, uma garota tímida e com traços traumáticos de um ex-namorado possessivo, linda e muito inteligente, com um professor que é amante de tudo que envolve a Itália, adotado, rico e tantas outras coisas, o leitor é presenteado com músicas e bandas, muita literatura e culinária, que para mim foi a cobertura deliciosa do bolo.
Fiquei realmente fascinada em como o (a) autor (a) Sylvain criou e desenvolveu todo o livro. Eu não estava mais só interessada naquela história de amor (o seu pilar até pareceu-me fraco), mas no conteúdo completo do livro. A obra literária é narrada na terceira pessoa e até conhecer a escrita de S.R. eu estava completamente adepta da narrativa em primeira, mas neste livro aprendi que narrativas, culturas e diálogos devem ser usados como um acessório... um presente pelo escritor. S.R. conseguiu usufruir disso, deixando o livro ainda mais delicioso de ler.
Se “O inferno de Gabriel” fosse narrado pela Julia (Julianne) e pelo Gabriel com certeza não teria causado o mesmo impacto. Sylvain soube fazer o que poucos livros que li consegue ter: uma narração em terceira pessoa muito bem escrita e aproveitada.
Não estou escrevendo uma resenha sobre mais um romance proibido — até porque nem de longe isto é um problema para os dois se relacionarem durante o livro, o que também achei muito legal da parte do autor decidir fugir desse clichê de romance proibido. Estou escrevendo uma resenha crítica sobre um livro completo. É tão prazeroso quando o leitor consegue notar o esforço e a dedicação do escritor. Me peguei pensando se Sylvain também é um admirador (ou admiradora) de Dante ou se foi somente uma inspiração; se é fã da cultura italiana e gosta dos mesmos estilos musicais ou somente fez muitas pesquisas para esculpir seus personagem.
Para os leitores que estão realmente interessados sobre o romantismo entre os personagens eu achei a relação calculista de um jeito positivo. Enquanto o envolvimento tão esperado não acontece, Sylvain usa o tempo para criar e desenvolver separadamente os personagens. Consegui conhecer a personalidade, o temperamento e o comportamento não apenas de Julianne e Gabriel, como também dos personagens secundários: os pais dos jovens, irmãos e amigos íntimos. Acho sempre um elogio comparar personagens bem desenvolvidos de livros com personagens de franquias de filmes, pois os dois nos trás a sensação de que sempre os conhecemos.
Usando da sinceridade, a Julianne me parecia incoerente para uma mulher de vinte e três anos nas três primeiras tentativas de leitura. No entanto, vi que existem coisas justificáveis, ainda mais quando temos noção do que a mente humana pode nos causar. Ela é muito tímida e insegura. Em determinadas situações percebi que a jovem é a embaixadora da trouxisse e de momentos desconcertantes. Olhando por outro lado até o romântico Gabriel sabe elogiar o bom coração e a mente sem maldades da moça. Ela é desconcertante, mas de um jeito trágico, meigo e bonito. O tipo que dá vontade de cuidar. Julianne tem a capacidade de relevar certas coisas, como uma gatinha compreensiva, mas também mostra as garras quando é necessário. Isso deixou-me surpresa e animada, porque não faz a personagem ser imatura ou extremamente inocente de um jeito forçado. É apenas a personalidade dela como pessoa.
A única coisa que me incomodou por ser frequente foi uma mania da Julia de jogar a culpa e fazer súplicas em deuses inexistentes — não em questões religiosas, mas por exemplo:"Ó deuses do carma ruim e das tempestades, tenham piedade de mim.” (p.22). É como se ela tentasse tirar a responsabilidade de cima dela quando está prestes a fazer algo tosco ou sofrer uma ação tosca.
Do outro lado da relação temos o Gabriel. O mesmo deixou-me passada e quase revoltada com o seu comportamento hostil e desprezível. Um pouco depois peguei-me analisando a narrativa, nesses momentos em que ele é grosso e antipático estamos olhando por fora. Pelo olhar da Julia não é possível o que conheçamos tão bem a ponto de o compreendermos. Apesar de que o fim não justifica os meios, certo? Mas garanto que com o passar das páginas nós nos aproximamos dele e ele melhora. Quando isso acontece… céus! Que homem. Nenhum outro personagem lembra-me ele.
Gabriel se torna um amor de pessoa! Um cavaleiro que sussurra palavras e promessas em italiano no seu ouvido. Se temos “50 Tons de Cinza” como exemplo de New Adult, podemos usar “O Inferno de Gabriel” para um romance romântico com uma faixa etária maior. Apesar de Gabriel e Christian conterem traços iguais, os dois agem de formas diferentes. Enquanto Christian quer f*der com a Anastásia, esse tipo de brutalidade nem se passa na mente do Gabriel. O romance de “O Inferno de Gabriel” é a verdadeira comparação entre o amor cortês e o ato sexual. Um busca alcançar o prazer com o ato, enquanto o outro usa sua experiência para reverenciar a sua amada.
A forma como Sylvain Reynard consegue descrever e transmitir os sentimentos e pensamentos dos personagens, deixa-me realmente fascinada. Esse primeiro livro foi muito surpreendente e Sylvain fugiu de situações clichês do famoso amor impossível, resolvendo romantizar ele e os amantes. Escrevendo sobre seu lado bom e duas pessoas apaixonadas.
Mudei muito o modo de enxergar as relações humanas. Das comparações da luxúria, sexo, amor e redenção eu fiz minhas comparações com a atualidade e com livros N.A. Pude aprender muitas coisas e perceber outras que eu não via, chegando a conclusão que somos mesmo diferentes: no N.A o sexo é só uma prática na maioria das vezes. Algo usado para seduzir e receber prazer dos mocinhos. Não que o Gabriel não possua isso. Por outro lado temos o amor cortês. As comparações entre Dante e Beatriz e a inspiração da sua sua musa, Julianne, que faz Gabriel usar o ato sexual para cortejá-la. O famoso “fazer amor”. Doar-se. É gostoso e agradável ler um livro onde os sentimentos de amor e carinho dos personagens masculinos não são ocultos. Mais uma vez usando uma comparação que possa te ajudar a entender: em livros N.A. os personagens masculinos são mais ligados e atraídos pelo corpo físico, obsessão e posição; em “O Inferno de Gabriel” o jovem se derrete até pelo sorriso da Julianne.
Espero que a resenha tenha ajudado vocês em algo. Obrigada pela visita e atenção de vocês, até a próxima.
N A R R A T I V A E T R A M A
Ao ler a sinopse ou até mesmo as primeiras páginas do livro é de se imaginar, pela sua proposta, que a obra se encaixa em mais uma temática professor-aluna, amor-impossível, paixão-proibida... deu para vocês sacarem, certo? But, no! Eu tentei ler “O Inferno de Gabriel” três vezes e há um ano ele permaneceu guardado no guarda roupa até que pude compreender que era eu quem não estava sabendo ler o livro. Sim. Muitas vezes deixamos uma boa história de lado porque já começamos esperando algo que só está criado em nossa mente. Fiquei aguardando outros acontecimentos até que percebi que era eu quem deveria abrir a imaginação para a história criada por Sylvain Reynard.
Uma das coisas que mais me encanta é que “O Inferno de Gabriel” é rico em cultura. Assim que me permitir ser envolvida passei não apenas a ler, mas estudar o processo criativo do livro. Enquanto acompanhamos o romance entre Julianne, uma garota tímida e com traços traumáticos de um ex-namorado possessivo, linda e muito inteligente, com um professor que é amante de tudo que envolve a Itália, adotado, rico e tantas outras coisas, o leitor é presenteado com músicas e bandas, muita literatura e culinária, que para mim foi a cobertura deliciosa do bolo.
Fiquei realmente fascinada em como o (a) autor (a) Sylvain criou e desenvolveu todo o livro. Eu não estava mais só interessada naquela história de amor (o seu pilar até pareceu-me fraco), mas no conteúdo completo do livro. A obra literária é narrada na terceira pessoa e até conhecer a escrita de S.R. eu estava completamente adepta da narrativa em primeira, mas neste livro aprendi que narrativas, culturas e diálogos devem ser usados como um acessório... um presente pelo escritor. S.R. conseguiu usufruir disso, deixando o livro ainda mais delicioso de ler.
Se “O inferno de Gabriel” fosse narrado pela Julia (Julianne) e pelo Gabriel com certeza não teria causado o mesmo impacto. Sylvain soube fazer o que poucos livros que li consegue ter: uma narração em terceira pessoa muito bem escrita e aproveitada.
Não estou escrevendo uma resenha sobre mais um romance proibido — até porque nem de longe isto é um problema para os dois se relacionarem durante o livro, o que também achei muito legal da parte do autor decidir fugir desse clichê de romance proibido. Estou escrevendo uma resenha crítica sobre um livro completo. É tão prazeroso quando o leitor consegue notar o esforço e a dedicação do escritor. Me peguei pensando se Sylvain também é um admirador (ou admiradora) de Dante ou se foi somente uma inspiração; se é fã da cultura italiana e gosta dos mesmos estilos musicais ou somente fez muitas pesquisas para esculpir seus personagem.
P E R S O N A G E N S
Para os leitores que estão realmente interessados sobre o romantismo entre os personagens eu achei a relação calculista de um jeito positivo. Enquanto o envolvimento tão esperado não acontece, Sylvain usa o tempo para criar e desenvolver separadamente os personagens. Consegui conhecer a personalidade, o temperamento e o comportamento não apenas de Julianne e Gabriel, como também dos personagens secundários: os pais dos jovens, irmãos e amigos íntimos. Acho sempre um elogio comparar personagens bem desenvolvidos de livros com personagens de franquias de filmes, pois os dois nos trás a sensação de que sempre os conhecemos.
Usando da sinceridade, a Julianne me parecia incoerente para uma mulher de vinte e três anos nas três primeiras tentativas de leitura. No entanto, vi que existem coisas justificáveis, ainda mais quando temos noção do que a mente humana pode nos causar. Ela é muito tímida e insegura. Em determinadas situações percebi que a jovem é a embaixadora da trouxisse e de momentos desconcertantes. Olhando por outro lado até o romântico Gabriel sabe elogiar o bom coração e a mente sem maldades da moça. Ela é desconcertante, mas de um jeito trágico, meigo e bonito. O tipo que dá vontade de cuidar. Julianne tem a capacidade de relevar certas coisas, como uma gatinha compreensiva, mas também mostra as garras quando é necessário. Isso deixou-me surpresa e animada, porque não faz a personagem ser imatura ou extremamente inocente de um jeito forçado. É apenas a personalidade dela como pessoa.
A única coisa que me incomodou por ser frequente foi uma mania da Julia de jogar a culpa e fazer súplicas em deuses inexistentes — não em questões religiosas, mas por exemplo:"Ó deuses do carma ruim e das tempestades, tenham piedade de mim.” (p.22). É como se ela tentasse tirar a responsabilidade de cima dela quando está prestes a fazer algo tosco ou sofrer uma ação tosca.
Do outro lado da relação temos o Gabriel. O mesmo deixou-me passada e quase revoltada com o seu comportamento hostil e desprezível. Um pouco depois peguei-me analisando a narrativa, nesses momentos em que ele é grosso e antipático estamos olhando por fora. Pelo olhar da Julia não é possível o que conheçamos tão bem a ponto de o compreendermos. Apesar de que o fim não justifica os meios, certo? Mas garanto que com o passar das páginas nós nos aproximamos dele e ele melhora. Quando isso acontece… céus! Que homem. Nenhum outro personagem lembra-me ele.
Gabriel se torna um amor de pessoa! Um cavaleiro que sussurra palavras e promessas em italiano no seu ouvido. Se temos “50 Tons de Cinza” como exemplo de New Adult, podemos usar “O Inferno de Gabriel” para um romance romântico com uma faixa etária maior. Apesar de Gabriel e Christian conterem traços iguais, os dois agem de formas diferentes. Enquanto Christian quer f*der com a Anastásia, esse tipo de brutalidade nem se passa na mente do Gabriel. O romance de “O Inferno de Gabriel” é a verdadeira comparação entre o amor cortês e o ato sexual. Um busca alcançar o prazer com o ato, enquanto o outro usa sua experiência para reverenciar a sua amada.
E S C R I T A D O (A) A U T O R (A)
É um livro com 500 páginas que antes eu achava o autor (a) exagerado (a) nas descrições, mas dessa vez percebi que ele (a) enfeita e incrementar tudo de útil em sua escrita. Gelera, eu nunca amei tanto um livro de romance. A descrição de lugares, ações e movimentos são de forma delicada e enfatizadas. Outro ponto positivo é que S.R. pula tudo que for desnecessário para a história. Acredito que isso ajuda o leitor a não cansar de ler porque torna a leitura fluente.A forma como Sylvain Reynard consegue descrever e transmitir os sentimentos e pensamentos dos personagens, deixa-me realmente fascinada. Esse primeiro livro foi muito surpreendente e Sylvain fugiu de situações clichês do famoso amor impossível, resolvendo romantizar ele e os amantes. Escrevendo sobre seu lado bom e duas pessoas apaixonadas.
Mudei muito o modo de enxergar as relações humanas. Das comparações da luxúria, sexo, amor e redenção eu fiz minhas comparações com a atualidade e com livros N.A. Pude aprender muitas coisas e perceber outras que eu não via, chegando a conclusão que somos mesmo diferentes: no N.A o sexo é só uma prática na maioria das vezes. Algo usado para seduzir e receber prazer dos mocinhos. Não que o Gabriel não possua isso. Por outro lado temos o amor cortês. As comparações entre Dante e Beatriz e a inspiração da sua sua musa, Julianne, que faz Gabriel usar o ato sexual para cortejá-la. O famoso “fazer amor”. Doar-se. É gostoso e agradável ler um livro onde os sentimentos de amor e carinho dos personagens masculinos não são ocultos. Mais uma vez usando uma comparação que possa te ajudar a entender: em livros N.A. os personagens masculinos são mais ligados e atraídos pelo corpo físico, obsessão e posição; em “O Inferno de Gabriel” o jovem se derrete até pelo sorriso da Julianne.
“[...] ele me mostrou que um voto é a promessa que o marido faz de que irá amar sua esposa e não só usá-la para o sexo . Ele disse que esse voto expressava a ideia de que fazer amor é um ato de veneração. O marido venera a esposa com seu corpo ao amá-la, se entregar a ela e levá-la ao êxtase.” — p. 424.
Espero que a resenha tenha ajudado vocês em algo. Obrigada pela visita e atenção de vocês, até a próxima.
É nóis, Turma! ❤
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